10 dicas para diferenciar a reabsorção interna e externa

A reabsorção radicular pode ser classificada em: interna e externa. Para realizar o tratamento mais adequado de acordo com as condições clínicas dos pacientes, é importante entender quais são as principais diferenças entre elas. Para ajudá-lo a esclarecer as suas principais dúvidas sobre o assunto, convidamos a Dra. Patrícia Ferrari (CROSP: 38.539), graduada em Odontologia pela […]

Angelus

6 min. de leitura

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9 de dezembro de 2022

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A reabsorção radicular pode ser classificada em: interna e externa. Para realizar o tratamento mais adequado de acordo com as condições clínicas dos pacientes, é importante entender quais são as principais diferenças entre elas.

Para ajudá-lo a esclarecer as suas principais dúvidas sobre o assunto, convidamos a Dra. Patrícia Ferrari (CROSP: 38.539), graduada em Odontologia pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP), Mestre e Doutora também pela Universidade de São Paulo (USP), especialista em Endodontia pela APCD Araraquara e coordenadora do Instituto de Ensino em Endodontia. Confira!

 

Como é possível identificar as principais diferenças entre a reabsorção interna e externa em um exame de imagem?

Algumas evidências capazes de diferenciar a reabsorção interna da externa podem ser encontradas nos exames de imagens. Isso porque a reabsorção dentária pode ser classificada de acordo com a superfície radicular em que se inicia o processo reabsortivo.

Em casos de reabsorção radicular interna, a destruição do tecido ocorre na face interna da raiz, ou seja, junto à luz do canal. Desse modo, haverá uma dilatação da luz do canal no exame de imagem, seja radiográfico ou tomográfico. Em casos de reabsorção radicular externa, a destruição ocorre na superfície externa da raiz, mantendo a luz do canal íntegra, sem alteração.

 

No exame clínico, como o profissional pode identificar sinais de reabsorção interna e externa e diferenciá-los?

Os processos reabsortivos podem ter um curso totalmente assintomático e isento de sinais clínicos porém, alguns sinais podem estar presentes, como a mancha rósea na coroa dental, que pode sugerir processo de reabsorção radicular, mas somente por meio do exame de imagem é possível identificar se a reabsorção é interna ou externa.

Outro sinal é o sangramento pontual e excessivo durante o exame de sondagem periodontal, que pode sugerir reabsorção radicular externa, em especial, a modalidade conhecida como cervical invasiva. A alteração do contorno gengival também pode indicar uma reabsorção cervical invasiva ou reabsorção cervical externa, que é uma modalidade de reabsorção externa.

 

Quais são as principais falhas cometidas no diagnóstico e como elas podem ser evitadas?

O diagnóstico sempre é definido a partir dos dados coletados durante o exame clínico e exame de imagens (radiografia e tomografia cone beam, especialmente a de alta resolução). Desse modo, deve-se executar todos os testes clínicos, incluindo inspeção visual, palpação apical, percussão, mobilidade, sondagem, oclusão e teste de sensibilidade pulpar térmico e elétrico.

Além disso, ouvir o relato do paciente é fundamental e assumir uma posição investigativa também é imprescindível à busca de informações relevantes. Outro aspecto indispensável é a leitura cuidadosa das imagens bidimensionais (radiografias em diferentes angulações) e tridimensionais. Muito importante ao endodontista o conhecimento e o domínio da avaliação volumétrica do exame tomográfico e não o estudo em templates, com imagens bidimensionais selecionados pelos radiologistas.

 

Qual é o tratamento realizado atualmente para reabsorção interna?

A reabsorção radicular interna inflamatória não tem resolução espontânea. Assim, o tratamento endodôntico é o indicado. A ampola (cavidade) de reabsorção se for de pequena dimensão, pode ser envolvida durante o preparo químico-mecânico e a obturação. Será realizada de modo convencional.

Caso a ampola de reabsorção seja ampla, no momento do preparo químico-mecânico, usar manobras para remover todo o tecido ali contido é fundamental, o que pode ser alcançado com solução de hipoclorito de sódio (capacidade de dissolução tecidual), agitação ultrassônica, instrumento de liga expansível e mesmo medicação intracanal à base de hidróxido de cálcio.

No momento da obturação, essa área fragilizada deve ser preenchida com cimento biocerâmico reparador, independentemente se tem ou não comunicação com o periodonto lateral. Não se deve preencher a cavidade reabsortiva com guta-percha termoplastificada porque essa não tem nenhuma interação com a dentina e esse látex plastificado não trará reforço algum a essa área fragilizada.


Qual é o tratamento realizado atualmente para reabsorção externa?

O tratamento dependerá da modalidade de reabsorção radicular externa:

  • Reabsorção externa de superfície — habitualmente é motivada por força ortodôntica e a polpa se mantém vital. Logo, o tratamento consiste na remoção da força ortodôntica;
  • Reabsorção externa inflamatória — é motivada por infecção endodôntica. Logo, o tratamento é o endodôntico;
  • Reabsorção externa substitutiva — ocorre após trauma severo com perda de ligamento periodontal (avulsão e luxação intrusiva) e não há tratamento efetivo;
  • Reabsorção cervical invasiva — pode ser tratamento endodôntico, tratamento cirúrgico, tratamento endodôntico e cirúrgico, reimplante intencional ou acompanhamento clínico-imagem.

 

Quais podem ser as consequências se o problema não for diagnosticado a tempo?

Entre as principais consequências da falta de um diagnóstico prévio está a perda do elemento dental em função da progressão do processo reabsortivo.

 

Quais são as principais falhas cometidas no tratamento e como evitá-las?

É importante estar atento durante a execução do tratamento, já que algumas falhas podem surgir e é necessário evitar que isso aconteça, como diagnóstico impreciso e plano de tratamento incorretos. O endodontista deve saber identificar corretamente a modalidade reabsortiva a fim de propor o tratamento mais adequado, que são distintos para cada situação.

 

Como a escolha de um bom produto pode influenciar no resultado do tratamento?

Um material inadequado pode gerar insucesso por não preencher os requisitos necessários no sítio em que foi inserido, por exemplo, podendo sofrer degradação frente ao pH ácido da cavidade oral, por não ter resistência necessária diante da carga mastigatória local.

Entender as características e diferenças entre a reabsorção interna e externa é muito importante, tendo em vista que um diagnóstico correto é parte indispensável para o sucesso do tratamento aplicado, além de evitar erros que podem gerar consequências graves aos pacientes.

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