Os desafios da inovação

Presidente da Angelus explica como inovar em Odontologia Roberto Alcântara, fundador e CEO da Angelus desde 1994, é aquele dentista que buscava simplificar sua rotina para ganhar tempo durante um atendimento odontológico e atender bem seus pacientes. Nos tratamentos que realizava como endodontista, Roberto tinha que fabricar artesanalmente alguns produtos, pois não havia opções disponíveis […]

Angelus

8 min. de leitura

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22 de abril de 2022

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Presidente da Angelus explica como inovar em Odontologia

Roberto Alcântara, fundador e CEO da Angelus desde 1994, é aquele dentista que buscava simplificar sua rotina para ganhar tempo durante um atendimento odontológico e atender bem seus pacientes. Nos tratamentos que realizava como endodontista, Roberto tinha que fabricar artesanalmente alguns produtos, pois não havia opções disponíveis no mercado. E, foi assim que nasceu o Nucleojet! Com a venda das unidades deste produto, Roberto seguiu buscando inovações na área odontológica que simplificam o dia a dia do dentista.

Logo em 1996, a recém-criada Angelus conquistou o seu primeiro prêmio de inovação tecnológica da FIEP-PR evidenciando que a empresa nasceu essencialmente inovadora! Também iniciou parcerias com universidades, centros técnicos, empresas, participou de grandes eventos tecnológicos, expandiu o mercado para o exterior, estruturou um departamento dedicado à pesquisa, desenvolvimento e inovação. Ao longo dos anos, a Angelus, conquistou outras importantes premiações e certificações, tornando-se referência internacional em produtos tecnológicos inovadores para odontologia.

É por isso que, no Dia Mundial da Inovação e Criatividade, 21 de abril, convidamos Roberto Alcântara para nos revelar como a inovação foi essencial para o surgimento e crescimento da Angelus.

 

Pergunta 1) Em que momento você percebeu que os produtos que estava desenvolvendo poderiam resultar na criação de uma empresa inovadora no ramo odontológico como a Angelus?

Foram dois momentos. O primeiro foi durante o início quando eu enviava os produtos que produzia de forma artesanal para uma amiga que morava em SP vender de porta em porta. Depois de seis meses, ela já tinha mais rendimentos que eu como dentista com agenda fechada. As vendas de todo o volume produzido, mesmo que de forma artesanal, me mostrou que a proposta deste produto tinha um valor para o dentista, portanto, um potencial de mercado.

O segundo momento foi quando fechamos parcerias com universidades e centros de pesquisa tecnológica. Essas parcerias possibilitaram trazer produtos que além de serem inovadores, por causa da tecnologia embarcada, possuíam alto valor agregado. Isso nos trouxe uma saúde financeira fundamental para a empresa se consolidar no mercado.

 

Pergunta 2) Quais os grandes desafios relacionados ao crescimento e à inovação?

O grande desafio nos anos iniciais e mesmo atualmente, é convencer o board da empresa na pesquisa e desenvolvimento de projetos inovadores de alto potencial de mercado, porém de longo tempo para chegar ao mercado e, com riscos elevados. Somos constantemente requeridos a desenvolver produtos convencionais (commodities) que, embora de baixo cunho tecnológico e valor agregado, trazem a curto prazo rendimentos mais seguros para o negócio.

Outro desafio para crescer com inovação é o tempo necessário para registrar o produto nos vários órgãos certificadores nacionais e internacionais, pois tudo que é novo demanda mais tempo de pesquisa e desenvolvimento, além de mais estudos comprobatórios da eficiência e segurança do produto.

E, por fim, o desafio relacionado aos investimentos em marketing para alcançar o usuário. Mesmo quando uma inovação traz benefícios claros ao dentista, é necessário treinamentos intensos para que o profissional adquira experiência e/ou confiança no produto inovador.

 

Pergunta 3) Você considera que há desafios diferentes para inovar nos dias de hoje, quando comparado com o início da Angelus, na década de 90?

Sim, com certeza, há um abismo de diferenças. No início da empresa, além da pouquíssima experiência empresarial, vivíamos em um mundo “pré-internet”. O acesso às informações, o contato com fornecedores, e o relacionamento com o cliente acontecia praticamente por causa das feiras e congressos. Interessante salientar que, nesta época um cartão de visitas de um cliente ou fornecedor era um bem inestimável para o negócio. Os contatos e o acesso as informações eram difíceis, obtidas de forma demorada, normalmente por contato pessoal ou de boca em boca.

Outro exemplo destas diferenças se dá com a forma de se desenvolver um produto. Nos anos 90, um levantamento bibliográfico, a pesquisa numa base de patentes para avaliar se sua ideia era inovadora, a identificação de fornecedores para obter as matérias-primas no desenvolvimento de uma pesquisa; poderia levar até um ano. Atualmente, realizamos estas mesmas atividades em 30 dias.

Enfim, os tempos e as distâncias pós-internet, para quem usa as ferramentas disponíveis de maneira efetiva, ficaram extremamente curtas na pesquisa, desenvolvimento e lançamento de produtos.

 

Pergunta 4) Na sua opinião, além dos prêmios, quais comprovações podem evidenciar que uma empresa é, de fato, inovadora?

Os prêmios são uma maneira de se expor ao mercado o que fazemos dentro da indústria. Paralelamente, conseguimos entender o nível que estamos em relação às demais empresas. Costumamos dizer que, sendo ou não o ganhador do prêmio, o processo em si nos faz avaliar e refletir o que fazemos internamente em relação às outras empresas inovadoras. Uma ótima medida de benchmarking (comparação).

Porém, a maior comprovação que a empresa inova estão nos resultados obtidos, no crescimento da empresa advinda dos lançamentos somado ao ganho de credibilidade que os profissionais nos creditam no mercado.

 

Pergunta 5) Como você percebe o impacto da inovação no crescimento da Angelus? *se possível, mencione o impacto dos prêmios ou certificações.

O maior impacto, além do crescimento da linha de produtos, é a abertura de novos mercados. A Angelus está presente em 86 países dos 5 continentes e abriu uma estrutura física nos EUA (2015) e no Japão (2020). Reforço, com produtos convencionais a empresa não encontraria espaço para atuar em países altamente exigentes como Estados Unidos, Alemanha, França, Inglaterra e Japão.

 

Pergunta 6) Qual erro mais comum, ou uma crença limitante que as pessoas costumam associar à inovação?

Normalmente, associam inovação à alta tecnologia, como produtos do Google, Apple, Microsoft, Facebook; ou aqueles ligados à tecnologia focado na engenharia como NASA, Space X, Tesla, etc. Porém, o termo inovação está intimamente associado a solução de problemas. Em nosso caso, lançamos um simpático “jacarezinho”, no campo da odontopediatria, que se transformou em um exitoso case de inovação da Angelus. O animalzinho é um revestimento para seringas de anestesia, lançado em 2010, e que fez enorme sucesso no mercado. A tarefa de atenuar o medo da anestesia parece óbvia demais, mas a solução – o “jacarezinho” – nem um pouco. É ingênuo pensar que dentistas ou crianças demandariam de forma explícita esse produto! Embora tenha havido investimento em design e ciência de materiais, acreditamos que o sucesso deste produto se deve ao caráter inovador dele. O “jacarezinho” preenche uma importante necessidade de mercado (atenuar o medo da criança à anestesia) e resolve um problema para o odontopediatra.

 

Pergunta 7) Quais características o CEO de uma empresa essencialmente inovadora, como é a Angelus, precisa ter?

A principal característica que um CEO de uma empresa que inova precisa ter é muita informação para conhecer on time (no momento) as necessidades e os caminhos que sua área de atuação se direciona no mercado.  Adicionalmente, a resiliência para negociar diariamente com os diversos stakeholders (públicos de interesse) no convencimento de seus planos e projetos, que nem sempre seguem uma linha padrão que a maioria dos executivos acredita ser a ideal. Esta resiliência ainda deve estar associada à necessidade de estruturar uma equipe multidisciplinar com conhecimentos e visões diferentes e que confrontem de forma crítica com as estratégias do CEO direcionando-o para tomar as melhores decisões.

 

Um conselho ou uma dica para o dentista da prática clínica:

Que o profissional tenha proatividade para definir sua estratégia profissional aplicando as melhores práticas tanto do ponto de vista técnico-científico como das áreas humanas. O entendimento que, embora o paciente procure o dentista para uma solução pontual como uma restauração ou um tratamento endodôntico, ele também é um ser vivo com necessidades muito mais complexas que apenas um problema bucal. Dessa forma, enxergar o paciente como um ser humano, dando-lhe a atenção, respeito e carinho são, sob meu ponto de vista, muito mais importantes que a solução técnica que normalmente qualquer profissional poderia realizar.

101 comentários

  • Elisa Amaral

    03/05/2022

    Meus cumprimentos ao Roberto, por quem sempre tive grande admiração, pela pessoa que ele é, por sua criatividade, profissionalismo, coragem e empreendedorismo.

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