Afinal, o pino reforça a raiz dentária?

Pino e raiz dentária são aspectos que podem gerar algumas dúvidas em tratamentos endodônticos. Uma delas é no sentido de saber se o pino realmente reforça a raiz do dente. Para esclarecer essa e outras dúvidas relacionadas ao assunto, entrevistamos Luís Morgan (CRO-MG: 31541), Professor Adjunto da Faculdade de Odontologia da UFMG. Neste post, você […]

Angelus

7 min. de leitura

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13 de janeiro de 2023

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Pino e raiz dentária são aspectos que podem gerar algumas dúvidas em tratamentos endodônticos. Uma delas é no sentido de saber se o pino realmente reforça a raiz do dente. Para esclarecer essa e outras dúvidas relacionadas ao assunto, entrevistamos Luís Morgan (CRO-MG: 31541), Professor Adjunto da Faculdade de Odontologia da UFMG.

Neste post, você encontrará informações sobre quando é indicado o pino intrarradicular, sua função e em quais casos ele pode reforçar a raiz. Também poderá conferir outros benefícios dos pinos de fibra de vidro, se é possível realizar a cimentação na mesma sessão e o significado da proximidade do módulo de elasticidade com a dentina. Boa leitura!

 


Em quais casos o pino intrarradicular é indicado?

Basicamente, a indicação de um pino intrarradicular está diretamente relacionada à quantidade de estrutura remanescente sadia e à localização do dente – se no setor anterior ou posterior da boca.

Outras variáveis específicas em cada caso, como configuração do remanescente, hábitos para-funcionais, oclusão e desoclusão do paciente, também devem ser considerados para indicarmos ou não esses retentores.

 

O que diz a literatura

A literatura descreve que, com 20 a 50%, ou mais, de estrutura sadia remanescente em dentes posteriores, não é preciso utilizar o pino intrarradicular, já que o próprio remanescente é suficiente para reter o futuro núcleo de preenchimento e/ou a restauração final.

Por outro lado, com 20 a 50% do remanescente em dentes anteriores, os pinos intrarradiculares estão indicados. Isso porque, diferentemente dos dentes posteriores (que recebem predominantemente cargas de compressão), os anteriores recebem cargas de cisalhamento que aumentam as chances de falha por deslocamento de um núcleo de preenchimento/restauração final.

Quantidades menores do que as descritas anteriormente remetem-nos ao uso dos pinos como meio adicional de retenção tanto em dentes posteriores quanto nos anteriores.

 

Qual é a função primordial de um pino intrarradicular?

A função primordial de um pino intrarradicular é de auxiliar na retenção do núcleo de preenchimento e/ou a futura restauração final. Essa função tem a concordância da enorme maioria dos estudos de alto impacto publicados pela literatura nacional e internacional.

Estudos do tipo meta-análise e revisões de literatura atuais deixam clara a importância dos pinos no aspecto retentivo. 

 

O pino pode reforçar a raiz dentária? E em quais casos isso pode ser uma verdade?

Sim, o pino pode reforçar a raiz dentária. Essa questão é polêmica e tem sido razão de muitas discussões científicas na atualidade. Dessa forma, é fundamental entendermos que essa afirmativa, de que o pino pode reforçar a raiz do dente, não se aplica a todas as técnicas e aos materiais utilizados na reabilitação dos dentes tratados endodonticamente.

Estudos recentes mostram que o volume de fibras de vidro que compõem o pino, ou a técnica utilizada, é fundamental para que essa afirmativa científica seja, de fato, uma realidade clínica, resultando no reforço da raiz do dente. Isso porque o comportamento mecânico de um pino, ou uma técnica que envolva o uso de materiais metálicos, cerâmicos, reembasados com resina composta e os puramente em fibra de vidro, é diferente.

 

Diferenças de comportamentos mecânicos

A explicação que suporta essa diferença no comportamento mecânico está diretamente relacionada ao módulo de elasticidade de cada um desses materiais ou da sua associação. Dentre as diferentes composições de materiais descritos anteriormente, os fibro-resinosos têm o módulo de elasticidade mais próximo da dentina cervical e radicular, seguido da resina composta (utilizada no reembasamento do pino na técnica denominada “pino anatômico”).

Já os tipos com as maiores diferenças são os metálicos e os cerâmicos. E é por essa razão que os sistemas Splendor, Reforpin e os pinos fresados (Fiber Cad) ganham destaque. A maior concentração de fibras na área cervical assegura um melhor comportamento mecânico e, dessa forma, pode reforçar a raiz, protegendo o dente contra fraturas.

 

O que significa ter o módulo de elasticidade próximo ao da dentina? E por que isso é positivo?

Conceitualmente, o módulo de elasticidade pode ser entendido como rigidez de um material. Quanto mais próximo for a rigidez relativa entre o pino e a dentina, melhor será o comportamento mecânico do conjunto, pino-dente, durante o recebimento de cargas.

Isso é positivo em razão de que, quando se utiliza um pino cuja composição e cujo módulo de elasticidade são semelhantes ao da dentina, teremos uma melhor distribuição das cargas através do pino ao longo da dentina cervical/radicular, resultando em diminuição das chances de fratura dentária.

 

É possível realizar a cimentação do pino na mesma sessão da finalização do tratamento endodôntico?

Sim, é possível. No entanto, a literatura descreve potenciais prejuízos na adesão de pinos ao utilizarmos cimentos resinosos quanto da cimentação desses imediatamente após a finalização do tratamento endodôntico. A reação química de presa incompleta dos cimentos obturadores pode impedir um adequado molhamento/interação do cimento resinoso com a dentina radicular.

Por outro lado, estudos também apontam para a possibilidade de que, se essa cimentação for tardia ou mediata, há chances de contaminação do conduto. Dessa forma, o bom senso (chances de fratura no período pós-tratamento endodôntico e reconstrução) e o uso de medidas preventivas para impedir a recontaminação (material selador temporário e isolamento absoluto do campo operatório) do canal devem ser considerados para a tomada de decisão.

Além da excelente retenção e prevenção a fraturas, podemos destacar a facilidade de técnica e baixo custo


Há algo que gostaria de adicionar sobre o assunto?

Importantíssimo destacar que assistimos hoje à contraindicação absoluta ao uso de pinos intrarradiculares por parte de alguns profissionais. Eles se defendem apostando totalmente na adesão de sistemas adesivos. Porém, sabemos que os sistemas adesivos não são infalíveis e que os desafios retentivos na cavidade bucal são enormes.

Também não indicamos o uso dos pinos de modo generalizado. Critérios específicos com fortes bases científicas norteiam clinicamente sobre a decisão do uso ou não. Estudos científicos atuais publicados em revistas de alto impacto deixam clara a importância de seu uso desde que haja a necessidade de retenção adicional. Dessa forma, eles continuam sendo fundamentais como passo restaurador dos dentes com destruição extensa. 

A Angelus tem papel de destaque em tecnologia, desenvolvimento e inovação de pinos em fibra de vidro no Brasil e no mundo. Sempre a frente, a Angelus mais uma vez surpreendeu com os recentes lançamentos Splendor-SAP, Fiber Cad – Post & Core (bloco em fibra de vidro para a confecção de pinos fresados) e os pinos de fibra de vidro intradentinários, Micropin.

Esperamos que essa entrevista tenha ajudado você a esclarecer eventuais dúvidas em relação ao pino e à raiz dentária. Para saber mais sobre os nossos pinos de fibra de vidro, clique abaixo:

2 comentários

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