Reabsorção interna: como identificar e tratar?

Entre as complicações que podem surgir quando falamos dos nossos dentes, está a reabsorção dentária interna, que se trata da presença de um processo inflamatório, geralmente assintomático em seu estágio inicial, que pode ser provocado por vários fatores, por exemplo, restaurações profundas, pulpites (inflamação da polpa), cáries, entre outros. Pelo fato de ser um problema […]

Angelus

6 min. de leitura

-

17 de fevereiro de 2023

Compartilhe:

Entre as complicações que podem surgir quando falamos dos nossos dentes, está a reabsorção dentária interna, que se trata da presença de um processo inflamatório, geralmente assintomático em seu estágio inicial, que pode ser provocado por vários fatores, por exemplo, restaurações profundas, pulpites (inflamação da polpa), cáries, entre outros.

Pelo fato de ser um problema silencioso, já que os sintomas não surgem de forma imediata, é fundamental contar com um diagnóstico precoce e, assim, realizar o tratamento adequado antes que as estruturas dentárias sofram um maior comprometimento e a situação possa chegar, até mesmo, a uma perda dentária.

Pensando nisso, Dra. Patrícia Ferrari (CRO-SP: 38.539), graduada em Odontologia pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP), Mestre e Doutora também pela Universidade de São Paulo (USP), especialista em Endodontia pela APCD Araraquara e coordenadora do Instituto pf Ensino em Endodontia trouxe informações relevantes para ajudar você a esclarecer todas as suas dúvidas sobre o tema. Confira!

 

Quais são as possíveis causas da reabsorção interna?

Várias situações podem levar ao quadro de reabsorção interna. O trauma dental é a principal causa, no entanto, também podem ser apontados outros fatores, por exemplo:

    • Cárie;
    • Doença periodontal;
    • Restaurações profundas;
    • Pulpites.

 

Como identificar quando o tratamento é necessário?

É importante deixar claro que não há sinais clínicos típicos e exclusivos da reabsorção dental interna. No entanto, a mancha rósea na coroa dos dentes é sempre um sinal de que o problema pode estar ocorrendo, sendo que a natureza interna ou externa só será definida por meio da realização de exames de imagens, como radiografia e/ou tomografia cone beam.

Dessa forma, a reabsorção dentária não apresenta um conjunto de sintomas estabelecidos, o que pode fazer com que o paciente demore muito tempo para perceber que tem essa patologia em curso. Com a evolução do processo, alterações da polpa podem tornar o quadro sintomático ou mesmo sinais de necrose pulpar podem se instalar, como lesão apical ou mesmo fístula.

 

Qual a diferença da reabsorção interna para a reabsorção externa?

A reabsorção pode ser de natureza interna ou externa e isso dependerá da avaliação de alguns aspectos. Para identificar que se trata de uma reabsorção dentária interna, é importante avaliar se o problema afeta a parte interna da raiz, sendo mais comum em indivíduos com histórico de trauma dental.

Já a reabsorção dentária externa acontece em qualquer região externa da raiz e pode ser provocada por movimentação ortodôntica, infecção endodôntica, trauma dental severo ou não, bem como avanço de problemas periodontais, dentre outras.

 

Como funciona o tratamento?

A reabsorção pode ser de natureza interna ou externa e isso dependerá da avaliação de alguns aspectos. Para identificar que se trata de uma reabsorção dentária interna, é importante avaliar se o problema afeta a parte interna da raiz, sendo mais comum em indivíduos com histórico de trauma dental.

O tratamento endodôntico é indicado para a reabsorção interna, tendo em vista que não há resolução espontânea. Entre as principais etapas desse processo, podemos citar:

    • Anestesia local;
    • Acesso endodôntico;
    • Preparo químico-mecânico;
    • Irrigação com solução irrigadora com capacidade de dissolução tecidual, como hipoclorito de sódio;
    • Agitação ultrassônica;
    • Instrumentação com instrumento de liga expansível para tocar em todas as paredes da cavidade reabsortiva e assim, contribuir para a remoção do tecido inflamado ali presente;
    • Medicação intracanal à base de hidróxido de cálcio para cauterizar o tecido inflamatório remanescente;
    • Obturação endodôntica com BIO-C® SEALER na porção apical à ampola de reabsorção;
    • Preenchimento da cavidade de reabsorção com cimento biocerâmico reparador (MTA Repair HP ou BIO-C® REPAIR), que oferece maior resistência após seu endurecimento;
    • Restauração coronária.

     

     

    Quais as consequências de não identificar a tempo esse tipo de doença pulpar?

    Caso esse problema não seja identificado a tempo, pode ocorrer como consequência a progressão do processo reabsortivo, em que as paredes dentinárias serão destruídas, possibilitando comunicação com o periodonto lateral, fragilizando sobremaneira a estrutura dentária, podendo vir a perder o dente.

     

    Quais são os materiais que podem ser usados?

    Ao realizar um tratamento endodôntico, é fundamental que o profissional utilize os recursos mais adequados, com a finalidade de alcançar um resultado mais satisfatório. Nesse caso, o ideal é utilizar materiais biocerâmicos, já que estes apresentam inúmeras vantagens, como a interação com os tecidos (bioatividade), selamento eficiente e uma maior resistência do elemento dental.

    Além disso, como diferencial, podemos dizer que na cavidade reabsortiva interna (ampola de reabsorção) é necessário aumentar a resistência do remanescente dentinário e, dessa forma, o mais indicado é um cimento biocerâmico reparador, que após a sua presa final é capaz de oferecer mais resistência que um cimento biocerâmico obturador.

    Outro ponto relevante é contar com materiais de qualidade e, com isso, realizar um procedimento seguro, eficaz e que realmente atenda a sua finalidade. Nesse caso, temos como exemplos o BIO-C® SEALER e o BIO-C® REPAIR, que apresentam grandes diferenciais quando comparados com outros produtos do mercado.

    O BIO-C® SEALER se trata de um cimento biocerâmico de silicatos de cálcio de uso rotineiro em clínicas endodônticas, por apresentar biocompatibilidade, ação antimicrobiana, ação anti-inflamatória, estabilidade dimensional, potencial osteogênico e, acima de tudo, potencial reparador, entre outros benefícios.

    Já o BIO-C® REPAIR é um cimento reparador pronto para uso e que pode ser usado em diversos processos, como tratamento de perfuração de raiz ou furca via canal, procedimento de reabsorção interna via canal, capeamento pulpar direto e indireto, pulpotomia, regeneração pulpar, apicificação, entre outros.

    Além da simplicidade de uso, apresenta todas as vantagens da formulação biocerâmica, como a regeneração tecidual por meio da liberação de íons Ca2+, o que leva à formação de tecido mineralizado, inibição da infiltração bacteriana devido ao aumento de presa, adesão química à dentina, ação bactericida pelo alto teor de pH etc. Dessa forma, é possível obter como resultado segurança e níveis elevados de sucesso no tratamento realizado.

    Como você pôde perceber, a reabsorção dentária interna se trata de um processo inflamatório, que não apresenta sintomas evidentes no estágio inicial, fazendo com que o paciente procure por um atendimento profissional após o surgimento de algum sinal e/ou sintoma. Sendo assim, é importante contar com os materiais adequados e, dessa forma, aumentar as possibilidades de sucesso no tratamento.

    Quer conhecer um pouco mais sobre os materiais biocerâmicos e seus benefícios?

Deixe um comentário